Sou militante do Partido Socialista desde há alguns anos, mas esse facto não me impede de dizer, com toda a frontalidade, que as notícias que nos chegam da Região Autónoma dos Açores (RAA) são quase "pornográficas".
Então não é que me deparei com a notícia de que tinha sido aprovado na RAA que "todos os funcionários que auferem entre 1500 e 2000 euros ilíquidos irão receber uma remuneração compensatória igual ao montante da redução remuneratória total ilíquida efectuada por via do Orçamento Geral do Estado para 2011. Poderão assim manter o mesmo nível de remuneração ilíquida em 2011, não sofrendo qualquer redução do seu vencimento- base."
Já para não falar da origem das verbas necessárias para este "luxo" insular, acho de um extremo mau gosto, numa altura em que (quase) todos os portugueses são confrontados com "apertos de cinto", necessários mas, avultadíssimos propostos pelo Governo PS e depois vem um Governo Regional (também com maioria PS) "dar o exemplo" de como não se devem gerir dinheiros públicos. Penso tratar-se de uma medida completamente obnóxida e absolutamente peregrina e, atrevo-me a dizer, um atentado contra os valores de igualdade basilares num estado democrático.
Não é que queira fazer nenhuma descriminação negativa aos Açoreanos, mas também não admito que, sabe-se lá porquê, haja esta fortíssima descriminação positiva. Devia haver aqui uma palavra do próprio Presidente da República, no sentido de zelar pela democracia e pelos seus princípios mais básicos e elementares.
Eu como socialista, não percebo e penso que não irei digerir tão depressa esta manobra política ... se calhar está na altura de os funcionários públicos (e)migrarem, de armas e bagagens, para a Região Autónoma dos Açores enquanto não passar a tempestade e os consequentes "apertos" no Continente.
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